11 de janeiro de 2009

Ushuaia - Terra do Fogo

Esta cidade, localizada no “fim do mundo” foi na verdade criada quando aqui se construiu uma prisão. Contam que os prisioneiros que conseguiam fugir, acabavam por voltar voluntariamente a prisão pela falta de possibilidade de chegarem em terras menos hostis e pela fome. Dizem também que o único prisioneiro que não retornou foi homenageado atribuindo seu nome à um rio da região, porém a explicação macabra é que seu corpo havia sido encontrado ao lado deste mesmo rio.

O fim da linha... O fim do mundo...
Vista de parte da cidade de Ushuaia

Isso explica um pouco da severidade do clima nesta região.
Outras curiosidades do amadorismo do ser humano é a tentativa de inserção de espécies não nativas na região. Como havia muitos índios na região e o homem branco já dominava o local, para ajudar os nativos a se alimentarem trouxeram alguns pares de coelhos para Ushuaia. Em pouco tempo os coelhos tornaram-se pragas pela rapidez na reprodução. Para tentar solucionar o problema, trouxeram raposas cinzas do Canadá que neste locais comiam coelhos. Porém estas avaliaram ser mais interessante comer as ovelhas dos pastos, pois são mais lentas, facilitando a caça. Problema criado a mais para os pastoreiros. Ocorre também que as raposas vermelhas, originais da região, estão ficando em menor proporção devido a competição de espaço.
Outro problema ambiental advindo de algum “cabeça de bagre” foi que trouxeram 25 castores para a região para fomentar o comércio com a venda da pele. Estes animais reproduziram-se tanto que estima-se existirem atualmente 250 mil castores em Ushuaia e arredores. O governo paga para as pessoas caçarem estes animais visto que o problema ambiental é gravíssimo: o número de corte de arvores por estes animais é enorme sem falar dos diques que constroem, criando lagos e secando rios na região.

Parque Nacional Terra do Fogo
Para fazer algo diferente na região contratei um passeio de canoa no parque nacional. Foi ótimo. A canoa era inflável, estilo “duck”, para 3 pessoas. Comigo foi o Fernando e seu pai e na outra canoa foi meu pai, Nanda e o guia. O trajeto era rio abaixo, pouca corredeira e uma paisagem maravilhosa, com picos nevados, remansos, flora belíssima, patos, aves. Perto do final do passeio, já em águas mais profundas e perto do mar (água salobra) um visitante chegou para nos saudar ao lado de minha canoa: um gorducho leão marinho! Fungou ao nosso lado, mostrou o rosto, depois virou a barriga para cima e sumiu nas águas gélidas e limpas. Isso é a coisa mais gratificante que pode existir: ver a natureza no seu habitat natural, nos saudando com toda a simpatia de um simpático leão marinho! :-)))

Eu, "seu" Varela e Fernando

Papai e eu na parada para descanso, tomar água e tirar água do bote (ou da bexiga para os mais apurados)

Passando por uma pequena ponte no caminho. Eu estou na frente do bote.

O guia, Nanda e meu pai no outro bote.

Euzinha no bote e ao fundoas montanhas nevadas.
Nosso bote descansando

Dicas para o parque nacional da Terra do Fogo:
  • Procure chegar antes das 8 da manhã, quando a entrada de 50 pesos por pessoa não é cobrada. Há uma tacha para carros também.

  • A distância da entrada até o parque propriamente dito é bastante grande (acredito que alguns quilômetros), então se estiver a pé prepare-se para caminhar ou peça carona.

  • Há 4 campings dentro do parque (organizados e livres) e a entrada é cobrada apenas uma vez caso o turista resolva sair para comprar mantimentos.

  • Apesar do nome “camping organizado” eu fiquei bastante decepcionada com a falta de limpeza dos banheiros. Caótico!

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