18 de setembro de 2011

Como os bebês chineses aprendem a ir no banheiro


Aconteceu:

Estávamos pegando ônibus urbano em Pequim. Ônibus novinho, ar condicionado, janelas lacradas, um sistema de auto-falantes moderno informando as paradas e um display eletrônico fazendo o mesmo em mandarim e inglês.
Na China os bebês não usam fraldas.
Sentei de costas para o Rafael, já que não haviam assentos lado a lado disponíveis.
Na minha frente, uma simpática senhora com o seu netinho no colo.
Como sempre acontece na China, a criança estava com o tradicional tip-top com uma larga fenda aberta de fora a fora nas partes íntimas.
Ajudei a vovó com seus pertences que haviam caído no chão e o bebê me saudou com as duas mãozinhas juntas dizendo: "xie-xie" (obrigado). "Que bebê mais educadinho!" - pensei.
Na sequência, vovó começou a dar mamadeira para o bebê e pensei comigo: "Isso não vai dar certo. Daqui a pouco esta criança vai querer ir no banheiro.".
Não deu outra: o menino começou a mexer nas partes baixas, "informando" a vovó que precisava fazer seu xixi. Sem cerimônia, a vovó colocou o menino de cócoras em frente aos meus pés e lá mesmo o bebê começou a urinar. Salvei meu sapatinho de ser inundado de urina por poucos segundos. Chocada, fiquei olhando aquela poça de urina se espalhar pelo corredor do moderno ônibus. A vovó, inabalável, não parecia entender o Por quê de minha repentina seriedade. Desceu na parada de ônibus seguinte, deixando aquele "presente" aos passageiros.


12 de setembro de 2011

Organizações Tabajara na China


Os cachorros te incomodam por não respeitar os locais adequados para urinar?
Você tem a sensação de que todos os cachorros do bairro resolveram urinar nas rodas de seu automóvel?
Você não aguenta mais brigar com os vizinhos que não repreendem seus cãezinhos de estimação?

Seus problemas acabaram!

Chegou o "Urine Protector Tabajara", obviamente MADE IN CHINA!

Modelo quadrado, revestido com "laca branca".

Modelo a prova de ventos.

Modelo no formato "quadrado" e acabamento "rústico".

Modelo no formato "gota".

Veja nesta ampliação a eficiência da tecnologia.

Este aqui não colocou o "Urine Protector Tabajara" e deu nisso.

8 de setembro de 2011

Culinária Chinesa


A fama da culinária chinesa não é das melhores. Fora o yakisoba, que muitos chineses afirmaram que é comida japonesa, muito se especula em torno dos insetos fritos e comidas gordurentas.
Claro que vi (e não pedi) pratos bastantes bizarros, como narizes de porcos dispostos como bifes (com os 2 furinhos das narinas bem evidenciados!), pernas de sapos e tripas das mais diversas.
No entanto, é possível selecionar e ter muitas agradáveis experiências gastronômicas. Algumas delas apresento abaixo.

Hot pots! Parece um foundue, mas é uma sopa muito quente (e apimentada) onde você vai "jogando" e cozinhando os acompanhamentos escolhidos no menu (legumes, carnes, massas).

Batatas raladas levemente cozidas com pimentinhas. Crocantes!

Variedades de "momos" (comida típica do Nepal/ Tibet) ou simplesmente "dumplings" em inglês. 

Tiras de frango com legumes no molho agridoce.

O arroz "grudadinho" sempre é servido individualmente em pequenas tigelas.

Panquecas ou bolinhos recheadas com carne de porco.

Momos deliciosos recheados com carne e sopa! Tem que pegar com cuidado para não furar e vazar a sopa. :-)
Há momos sem sopa também.

Carne de porco frita com pimentas. Ou seria pimentas (muitas!) com carne de porco?!

Camarão ao molho agridoce, com pimenta, grandes tiras de alho, castanha e alho poró. Delícia!!

Brócoles no alho e óleo.

Batatas caramelizadas e grudentas.

5 de setembro de 2011

Hábitos e moda na China


Cada povo tem seus próprios hábitos e costumes. O bom viajante deve observar e compreender as diferenças, aproveitando para aprender com elas. No entanto, nem sempre precisamos achar "bonito" os costumes, e dentre eles destaco os que não gostei na China:

Cuspir: a todo momento é um dos hábitos mais recorrentes nos Chineses. E não é um cuspe qualquer! É aquele que vem bem lá de dentro e avisa a todos em volta que algo vai sair daquele "ser". Em muitos lugares turísticos há placas pedindo "Não cuspa". Disseram-me que uma forte campanha foi feita em Pequim às vésperas da Olimpíadas de 2008 para ensinar o povo a não cuspir. De fato, percebi uma menor incidência em Pequim comparando com outras cidades que fui.

Uso dos banheiros públicos: é coisa recente os banheiros com suas "casinhas" individuais. O resultado disso é que muitos chineses fazem seu número 2 de portas abertas. Para quem sempre se acostumou a fazer "os trabalhos" com a companhia de outros, deve ser mesmo bem solitário ter que fechar a porta... Seriam anos de terapia para o cidadão entender que ele pode fazer sozinho sem depender da companhia alheia...

Banheiro 4 estrelas da Cidade Proibida.


Barrigas de fora: é a moda masculina para o verão. Bateu um calor? É só puxar a camisa para cima. Que visão triste de ver, especialmente com tanta barriga redonda...
Exibição de barrigas masculinas na China.

Sandálias e tênis com meias calças curtas: vi todo o tipo de calçado sendo usado com estas meias. Suponho que deva ser muito barato, pois bonito é o que não é. Infelizmente não consegui tirar umas fotos melhores, mas tinha até sapato de salto alto com estas meias. Já diz o ditado popular: "gosto não se discute"...

Meias calça soquete|: moda feminina na China.

14 de agosto de 2011

Datong - ali logo ao lado de Pequim

Pertíssimo de Pequim, Datong possui 2 atrações imperdíveis: o Hanging Monastery (monastério suspenso) e a Yungang Caves (cavernas Yungang).

O primeiro é de dar vertigem para quem tem medo de altura (meu caso). Loucos e corajosos monges budistas de 491 DC penduraram-se em rochas verticais para construir um grande monastério em uma região bastante remota (agora nem tanto remota com a enorme barragem que construíram ao lado). Concordo que o local é magnífico e provavelmente inspirador, mas eu não conseguiria rezar em paz depois de observar os "gravetinhos" que seguram a construção.
Para visitar este lugar de Datong, são cerca de 1:30 horas de táxi (ida). A visitação completa pode ser feita em 2 horas com bastante tranquilidade.

Ó eu aí fazendo cara de feliz, mas completamente apavorada com os gravetos segurando a passarela  na rocha.
Mas para que me preocupar se é "made in China"?!

Tinha corrimão de "proteção" na altura dos joelhos!
Nada de tropeções por aqui!

Vista total da montanha e do monastério.

Dando uma espiadinha lá para baixo.

Tá aí um aviso importante!

Uma moderna represa foi construída logo ao lado do monastério.

As cavernas de Yungang são outra grande obra do Budismo datado do ano de 460 DC. Todo o local virou um grande parque, já que o governo construiu bonitas calçadas, jardins, lago, banheiros e casas de apoio para vender lanches.
Ao todo são 45 cavernas que podem ser visitadas (de um total de 252). Há cavernas com Budas esculpidos em diversas posições e um dos maiores chega a medir 17 metros. Alguns estão muito bem preservados (ou restaurados), com as cores ainda evidentes.


Passarela de entrada.

Complexo construído recentemente para atender turistas.

Calçadas largas e bancos para muitos turistas.

Este foi um dos Budas que mais me impressionou.
A entrada era estreita e escura, e eu não esperava encontrar uma
 estátua tão grande e iluminada por um buraco no topo da caverna.


Construções grandiosas e lindas!

Muitas "ilhas" de incensos na frente dos Budas.



11 de agosto de 2011

Para inspirar e continuar em movimento, aprendendo e degustando.



Quando viajamos ou fazemos algo diferente da rotina não nos damos conta de tantas paisagens, aprendizados, comidas, culturas, pessoas diferentes que passamos a conhecer, registrando tudo isso parte no consciente e muito no subconsciente. Só temos a certeza que voltamos diferentes, com uma bagagem maior, e que o tempo se estendeu. Pode-se viver várias "vidas" em um curto período de tempo, coisa que foi muito bem retratada nestes 3 vídeos abaixo:


3 caras, 44 dias, 11 países, 18 voos, 38 mil milhas, um vulcão em erupção, 2 câmeras e quase um terabyte de filmagens... tudo isso resultou na incrível série de 3 vídeos Move, Eat, Learn.


Eles conseguiram transformar uma viagem de 6 semanas em arte. Sensacional!
Não esqueça de assistir em tela cheia!








Rick Mereki : Director, producer, additional camera and editing 
Tim White : DOP, producer, primary editing, sound
Andrew Lees : Actor, mover, groover

9 de agosto de 2011

Viagem de trem de Pequim para Datong

A estação de trem impressiona: um belo prédio moderno e no seu topo construções de pagodas. No entanto, falta estrutura para uma locomoção mais fácil com malas de rodinhas, pois em muitos pontos há apenas escadas. Era um sábado quando fomos viajar pela primeira vez de trem na China e não sei se o movimento era, portanto, atípico, mas a estação estava realmente superlotada. Há dados estatísticos que afirmam que a todo momento há cerca de 10 milhões de chineses viajando de trem no país.

Uma das estações de trem de Pequim. Arquitetura moderna e antiga se misturam.


Pagamos por assentos na classe ¨hard seat¨ (aparentemente a mais popular), que nos explicaram era como um ¨sofá¨, porém não reclinável. Pareceu-nos adequado para uma viagem de 6 horas durante a tarde. Bom, para falar a verdade, o hard seat é mesmo bem durinho, com um fino acolchoado por cima só para dar uma melhor impressão. Ao chegarmos tivemos que expulsar uns chineses que estavam sentados em nossos assentos. Descobriríamos a seguir que metade das pessoas no vagão não possuía assentos, pois tinham adquirido o ¨standing ticket¨, ou seja, pagaram para viajar de pé. Resultado: tinham pessoas sentadas até nas pias dos vagões. Toda esta confusão e multidões amontoadas nos lembrou muito a Índia, exceto pelo fato que os vagões dispunham de ar condicionado e estavam até bem limpinhos mesmo na hard seat class. UFA!

Hard Seat Class

Fila para o banheiro? Que nada! É o pessoal do Standing  Ticket.


Dentre os passageiros destacavam-se os veteranos do ¨standing seat¨ que traziam até o seu banquinho desmontável para sentar nos corredores e sua garrafa térmica com chá verde. Os mais amadores, perambulavam de vagão em vagão com suas pesadas malas, na esperança de encontrar um lugar mais espaçoso.

Em nossa frente havia uma jovem chinesa com seu filhinho que insistia em nos oferecer batatas fritas lambuzada com molho do Mc Donalds. No meio de tanta gentileza ele manifestou vontade de ir ao banheiro, mas a multidão no vagão era tanta que a mãe do menino desistiu de levá-lo ao banheiro e fez ele fazer o seu xixi numa garrafa pet quase em cima dos pés do Rafael (lembrei-me do episódio na India em ...). Terminados os ¨trabalhos¨, voltou rapidamente a se entreter com suas batatinhas.

Classes nos trens da China, por ordem de conforto:

  1. Standing Ticket – para sofrer de pé ou sentado no chão.
  2. Hard Seat – adequado para uma viagem de curta duração e para ver ¨a vida como ela é¨ na China.
  3. Soft Seat – nem todos os trens dispõem desta classe. Possuem poltronas mais macias e reclináveis.
  4. Hard Sleeper - Triliches em um vagão comum. Acompanha travesseiro, lençol, cobertor e toalha. Nada mal se você não ligar para a falta de privacidade e não tiver o azar de ter gente roncando ao redor.
  5. Soft Sleeper - Cabine com 2 beliches, tomada e mesinha. Acompanha travesseiro, lençol, cobertor e toalha.



3 de agosto de 2011

We are pop Star 3 - China


Tem sido uma constante em minhas viagens pela Ásia o assédio de pessoas querendo tirar fotos comigo: um ser exótico numa terra de poucas etnias. Aqui na China as pessoas são bastante tímidas, mas as mulheres sentem-se mais a vontade para me abordar com suas câmeras e celulares mesmo sem falar uma palavra de inglês. E ficam muito felizes quando eu entro na delas e topo tirar as fotos que querem. Faço até pose com elas e a preferida é o ¨V¨ de vitória, ou como diria minha amiga Juliana W.: o ¨V¨ da Gisele Bündchen. Por que não faria isso e daria uma de arrogante afinal? Não temos a mesma curiosidade e fascínio por aqueles grupos étnicos que pouco temos contato? Claro que na Índia e na África, quando eu tirava fotos dos locais, muitos me pediam um trocado. Eu faço a gentileza para os curiosos da minha ¨etnia¨ de graça. ;-)

Com esta combinação de meias-calça acho que eu é que devia ter pedido para bater foto com ela...


Marca registrada nas fotografias
chinesas: mãos com o sinal de "V".
Intimidade: abraços de desconhecidas.






Grupinho de pré-adolescentes fascinadas!

Super amigas!

A "cereja no bolo" é no final da sessão de fotos o agradecimento: "Sink you" (afundar você), querendo dizer na verdade "Thank you" (obrigada). Assim espero...


Minhas outras experiências de pop star:



29 de julho de 2011

Cidade Proibida e golpe para turistas

Entrada para a Cidade Proibida.




A Cidade Proibida é uma das paradas obrigatórias de quem vai a Pequim. Bem no centro da cidade, de frente para a Tiananmen Square (a maior praça urbana do mundo, seguida posteriormente pela de Esfahan no Irã), possui um dos ¨cartões postais¨ mais famosos da China: a grande foto de Mao Tse Tung na entrada dos portões. No entanto, Mao não tem nada a ver com as belas construções da Cidade Proibida: todo o complexo foi construído nas dinastias Ming e Qing e foi de uso exclusivo destes imperadores por 500 anos. Pessoas comuns e não autorizadas que ousassem entrar na cidade eram executadas sumariamente.


Multidões de turistas chineses lotam diariamente o local.

Inúmeros corredores ligam pátios e residências da Cidade Proibida.
Estas grandes "baldes" de metal eram mantidos com água por toda a cidade proibida para o caso de incêndio.
Na base há lugar para fazer uma pequena fogueira para a água não congelar durante o inverno.


Hoje ninguém mais morre por entrar na Cidade Proibida, desde que pague a razoável quantia de 60 yuáns (aproximadamente 10 dólares) e você pode ficar um dia inteiro percorrendo os diversos pátios, casas, palácios e jardins.  Há restaurante e café para vender dentro do complexo, bem como inúmeras lojinhas de suvenirs bem ao estilo capitalista de ser.


Audio-guide em português com mapa.
Alugamos o ¨audio guide¨ por 40 yuáns e pasmem: tinha em dezenas de línguas, inclusive o português. O sistema vem com tecnologia wireless, sendo que quando você se aproxima de um item importante da cidade proibida, o aparelho automaticamente começa a falar. Muito bem feito.


Um belo filme produzido no local em 1987 é o famoso: ¨O Ultimo Emperador¨, filmado na cidade quase 10 anos após a morte de Mao Tse Tung e marcando definitivamente a abertura da China para o ocidente.

Todo o lugar nos lembrou muito a Disney: gente por todos os lados, guias com suas bandeirinhas sinalizadoras e muitas lojinhas. No entanto, poucos são os turistas ocidentais, assim como era na Índia.

Conseguimos ficar até a hora de fechar e fomos uns dos últimos a sair da cidade proibida. Vale a pena ficar até o final (se você não tiver medo dos guardinhas uniformizados “enxotando” os turistas) para ver e sentir o lugar sem a barulheira e confusão dos milhares de turistas.


"Oba! Estou sozinha na Cidade Proibida!"


O GOLPE DOS JOVENS CHINESES:

Passeando nos arredores de Tiananmen Square, quatro jovens se aproximaram amigavelmente (2 rapazes e 2 moças). Perguntaram de onde eu era e o papo começou a rolar. Eu, que adoro fazer amizades com os locais, fui me animando para trocar informações culturais. Uma das meninas logo manifestou forte interesse de saber mais sobre o Brasil e na sequência a outra rapariga propôs que sentássemos em algum local para tomar uma cerveja ou um chá para conversarmos.
Eu que não tinha lido as advertências do Lonely Planet ia cair nessa fácil, não fosse o Rafael que em português me advertiu que era um golpe. No que ele mencionou na conversa comigo as palavras "Lonely Planet", os rapazes sumiram no ato. As meninas ainda insistiram, mas aí desconversei e prossegui me despistando delas.
No mesmo dia a noite, um colega de trabalho do Rafa que mora na China nos avisou por telefone do golpe e para que nunca aceitássemos qualquer oferta para tomar qualquer coisa.
O golpe acontece quando vem a conta da "simpática" sugestão de sair para tomar algo: uma enorme "facada" de várias centenas de dólares por um simples chá ou uma cerveja. Os jovens chineses começam a chorar e a explicar que não possuem tamanha quantia, sobrando então a incumbência pelo pagamento ao turista desavisado.



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