31 de maio de 2017

Rafting no Grand Canyon



Rememorando a fantástica expedição no Jalapão, exatos 10 anos atrás, realizei mais uma viagem itinerante, auto-sustentável e pouco convencional. Por 6 dias, desci o rio Colorado num bote, da milha 0 (Lees Ferry - Arizona) a milha 90 (trilha Bright Angel), saindo praticamente no centro do incrível Grand Canyon.

Esta foi mais uma destas viagens que eu descubro que existem por acaso e que a idéia fica martelando na cabeça. Por anos namorei a idéia e não encontrei quem pudesse ir comigo. E como arrependimento é gerado normalmente sobre o que não se faz, decidi ir sozinha mesmo.

De onde surgiu a idéia?


Primeiro pelo filme "Into the Wild" (Na natureza selvagem), na cena que o protagonista descobre que para remar no rio Colorado precisa aguardar 12 anos em lista de espera ou pagar 2 mil dólares.



Depois li no guia Lonely Planet que a aventura do filme poderia mesmo ser "comprada". No entanto, descobri logo na primeira tentativa de ir para o rio, que mesmo pagando, é necessário reservar sua vaga com pelo menos 6 meses de antecedência (ainda considere que no inverno o rio fica fechado para excursões).

A escolha: 6, 9 ou 14 dias?


A empresa escolhida foi a que iniciou as viagens comerciais fazendo todos os "turistas" remarem todo o percurso: AZRA. Eles tem pacotes de 6, 9 e 14 dias. Escolhi o pacote menor, pois achei que seria dureza fazer o rio sem ninguém conhecido e no fundo achei também que ficaria entediada fazendo a mesma coisa por tanto tempo.

A expedição de 6 dias começa na milha 0 (logo após a barragem Powell), e segue o rio por 89 milhas até a "saída": a trilha Bright Angel de 7,5 milhas de subida (onde então a posição no bote é trocada com quem pagou pela viagem de 9 dias). Ou seja, quem faz os 6 dias tem que subir a trilha com toda a bagagem, quem faz a de 9 dias apenas desce a trilha e quem faz os 14 dias não faz trilha de entrada nem de saída.

Preparativos:


Tive que pensar na melhor logística em termos de equipamentos. Pouca roupa para não pesar a mochila na trilha de saída, mas não deixando de ter o essencial. Usei praticamente tudo o que levei, especialmente, pasmem, os casacos de pena de ganço e corta vendo (calça e jaqueta). Levei também muita bateria para recarregar a GoPro.


Véspera da viagem:


Tivemos um briefing (reunião) com informações importantes de última hora num hotel "base" da empresa (cidade de Flagstaff). Logística de carga e descarga dos botes, sacolas estanque de acesso durante o dia e só no acampamento, previsão do tempo, horários de partida, etc.
Recebi 3 sacolas:

1 - sacola estanque branca (menor): para colocar itens para acesso constante no bote. Exemplo: protetor solar, câmera, tênis para trilha, casaco.

2 - sacola estanque azul (grande): para acesso apenas nos acampamentos. Exemplo: roupas extras secas, colchão inflável, etc.

3 - sacola de lona simples: para quem quisesse levar bebidas alcóolicas (que só foi claramente explicado a possibilidade no dia do briefing. No site falam vagamente de "líquidos extras", claramente devido ao tabu do país no consumo de bebidas alcóolicas. "Puritanismo americano"...

Eu não estava com interesse em beber álcool, então só preparei as 2 primeiras sacolas.

Fui dormir ansiosa pelo início da expedição!




Os Guias! A foto nos foi encaminhada na véspera da viagem!
Da esquerda para a direita: BJ-Paddle Captain, Kristin-Trip Leader/Paddle Captain, Wes-Support Raft, Matt-Support Raft, Steve-Paddle Captain/Food Master, David-Support Raft.



Nos próximos dias publicarei o dia a dia da expedição. Aguardem!




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