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23 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 6 de 6 (21/05/2017)



Os que sairiam do cânion no sexto dia acordaram mais cedo e após o café já estavam com tudo ajeitado. Nos despedimos e partimos do acampamento em 2 botes (lembrando que estávamos em 6 botes), somente com o povo que ia encarar a Bright Angel Trail. Os demais ficariam mais um pouco no acampamento para desmontar o refeitório, banheiros, purificador de água e empacotar toda a tralha.

Tivemos mais algumas milhas de rio e algumas corredeiras. Hoje não teve disputa para ver quem ia na frente do bote, pois ninguém queria ficar muito molhado para a trilha empoeirada. Eu fiquei no "meio" e me molhei parcialmente.

Na pequena praia que desembarcamos me despedi da líder Kristin, uma mulher bonita de 30 anos que deixa muito homem no chinelo em termos de força e coragem. Kristin ficaria na praia com os 2 botes aguardando os novos passageiros que desciam a trilha. BJ, o outro guia que estava conosco, subiu a trilha acompanhando o mais lento do grupo até encontrar o mais lento que descia (acompanhado de outro guia da empresa). Nesta logística, os guias "trocam de posição", cada um retornando de onde veio com o passageiro mais lento. Tratei de me despedir logo de BJ, pois sabia que no nosso grupo eu certamente não seria a mais lenta: tínhamos uma colega que tinha machucado os pés 2 vezes nos acampamentos (tropeçando em pedras) e ela já anunciava que faria a trilha muito devagar. A minha mochila era também uma das mais leves do grupo e isso me ajudaria a vencer melhor os 12 km de subida (1,4 km de elevação do rio até o topo).

Não tive pressa para iniciar a trilha, porque na verdade eu não queria ir embora do rio. Aqueles primeiros 2 dias de sofrimento/ adaptação já não faziam mais parte dos meus sentimentos. Eu queria prosseguir naquele riozão, por todas as 226 milhas. As 89 milhas que eu tinha feito não pareciam mais grande coisa. Mas agora eu tinha que ir, e chorei de saudades.

Na trilha acabei me distanciando dos que estavam na frente ou atrás e foi mágico estar naquela montanha sozinha. Vez ou outra alguém passava descendo e rolava uma pequena saudação (como é de praxe entre os que pertencem a um mesmo "grupo").

Da metade da trilha em diante alcancei Duncan e Dan, um britânico e outro americano que estavam no meu grupo. Dan estava cansando e insistiu em ficar para trás para fazer mais paradas. Assim, seguimos eu e Duncan até o topo.

Ao longo do percurso, felizmente, os 3 postos/bombas de água estavam funcionando e não precisei economizar nos fluídos. O parque só dá garantia que um funciona sempre. Paramos várias vezes para largar um poucos as mochilas, para hidratar e comer. Achei que tinha feito um tempo até bem longo para subir tudo: 5 horas e 15 minutos. Mais tarde descobri que tínhamos sido um dos primeiros a terminar. Nossos amigos depois relataram que a maioria terminou entre 7 e 8 horas a caminhada.

Sair daquele cânion e encontrar aquele povo todo "turistando" no topo com celular e sorvete na mão foi mais que chocante. Foi um grande choque, na verdade. hahahaha

Mas a civilização também me agrada: lençóis limpos e sem areia, ducha quente e hambúrguer e refrigerante gelado! Um brinde ao fim de mais esta aventura que recomento a você!

Despedida de Kristin e BJ.

Pela trilha com minha mochila minimalista: tudo que usei em 6 dias estava nela!

Muitos avisos pela trilha advertiam para os perigos do deserto, desidratação e da longa trilha.

Uma das principais paradas ao longo da trilha: o Indian Garden!

Ponto de abastecimento de água no Indian Garden

Mais um ponto de água faltando 3 milhas para o topo.

O zigue-zague da trilha visto do alto dava orgulho.

Chegada ao topo!



20 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 5 de 6 (20/05/2017)


Este foi o grande dia!
Temperatura perfeita e muita corredeira.

A trilha deste dia foi no Escalante Creek (milha 75), onde no fim tiramos uma foto do grupo.

Uma das maiores corredeiras que passamos foi a Hance Rapid (milha 77). Fizemos até uma parada numa curva de rio antes para os guias explicarem a estratégia de passagem na corredeira e os locais que deveríamos evitar (pedras, buracos/ redemoinhos, etc). No fim, acho que os avisos foram tantos que nem achei que foi a mais difícil das corredeiras. O engraçado foi que a guia acabou se atrapalhando na hora, e trocou os comandos "right back" por "left back" e nosso bote acabou por dar um 360 completo no meio da corredeira. Mesmo nesta situação, conseguimos manter o bote estável e não tivemos maiores problemas.

Antes de chegarmos ao acampamento e num trecho de muita calmaria, prendemos os 6 botes uns nos outros e um dos guias puxou um violão do meio da carga! Então começou uma cantoria atrás da outra com 3 voluntários se revezando na viola. Ficamos lá em transe, naquele riozão, flutuando e ouvindo boa música.

No acampamento tivemos uma última reunião apenas com os que sairiam do rio no dia seguinte. Nada mudava para os que tinham contratado o pacote para o rio inteiro, mas os demais tinham novas instruções: devolver os sacos estanques e começar a empacotar tudo na mochila individual que carregaria TODA a tralha pessoal. Também preparamos nosso almoço do dia seguinte: tínhamos a disposição pão, salame, queijo, geléias, frutas, castanhas, M&Ms e biscoitos para prepararmos nosso mantimento. Cada um decidia o que pegar e a quantidade.

Quando o sol se pôs estava na minha barraca já com tudo pronto para o dia seguinte. Agora que eu estava forte, calejada, e embriagada pelo Grand Canyon, não acreditava que iria embora no dia seguinte...

Cinco dos seis botes na foto!


A turminha aventureira

Momento viola no rio Colorado!



16 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 4 de 6 (19/05/2017)



O ponto alto do dia foi a parada no rio "Little Colorado" (milha 62), um rio que desemboca no Colorado e que tem as águas menos frias. Foi lindo e divertido. Nunca vi cor igual de água. E nos jogamos com os coletes amarrados na bunda (como se fossem fraldas) para descer as pequenas corredeiras com o corpo flutuando. Foi também o momento em que todos tomaram um verdadeiro banho, já que os "lencinhos humedecidos" não estavam mais dando conta.

Os guias nos mostraram alguma ruínas antigas, de mais de meio século, de tempos que garimpeiros dominaram a região em busca de alguma "utilidade" para aquele enorme cânion que "não servia de nada". Naqueles tempos, procuravam por ouro nos rios adjacentes e felizmente nada encontraram.

Mais remada, corredeiras e calmarias. E mais trilhas: desta vez no Carbon Creek (milha 65).



Pequenas corredeiras do Little Colorado


Banho no rio Little Colorado e todo mundo de "fralda".





14 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 3 de 6 (18/05/2017)



Dia 3


O barulhinho da chuva da noite me fez ter um descanso perfeito e acordei bem disposta com a primeira luz da manhã. A chuva tinha cessado mas tudo continuava molhado. Tive que me vestir com as roupas úmidas mesmo, mas o dia prometia ser menos frio.

Antes da primeira chamada para café (5:20 horas), eu já tinha empacotado algumas sacolas e já aproveitei a ida até o "refeitório" (para encher o caneco de café) para levar algum peso para os botes. Disciplinei-me para que qualquer ida à área de refeição (geralmente distante de onde eu estava acampada) fosse feita já otimizando o carregamento parcial da tralha.

A partir do terceiro dia me vi sempre pronta antes de todos os demais e assim eu tinha um tempo a mais para descanso e conversas com os guias.

Deste dia em diante tudo melhorou! Tivemos sempre sol, a temperatura foi aumentando e as dores foram passando.

Paramos na RedWall Cavern (milha 33), uma caverna bacana com dunas. Rolou freesby e yoga nas dunas. Um local lindo cavado pelo rio.

Mais umas milhas remando adiante e paramos para trekking no Buck Farm Canyon (milha 41).

Na parada para almoço, fizemos trilha no Saddle Canyon (milha 47). Dizem que era um cânion com um trekking difícil, cheio de pedras, mas que um "flash flood" (enxurrada) criou o lindo caminho que parece ter sido feito pelo homem. Um corredor estreito em zigue-zague leva até uma pequena cachoeira intransponível pelas paredes imensas. Imagens lindas esculpidas pelos anos de erosão.

O dia foi de poucas corredeiras, mas era ótimo simplesmente relaxar e flutuar como uma folhinha sendo levada pelo rio. Era assim que eu me sentia de tão pequenos que éramos nos botes naquele rio imenso delineado por paredes ainda maiores.

O acampamento foi espetacular e o jantar foi delicioso! Comida mexicana com direito a tudo: tortilhas, guacamole, pico de galo, frango,...

Feliz! 
Indaguei-me por que no dia anterior eu estava me sentindo tão miserável?!


Dia de calmaria - poucas corredeiras

Redwall Cavern


Uma "folhinha" flutuando no rio...
Saddle Cânion

Saddle Cânion


Fim da linha - Saddle Cânion




Refeitório

Tortilhas quentinhas saindo na hora.




8 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 2 de 6 (17/05/2017)


Dia 2:


Chamada para o café na primeira luz da manhã (por volta das 5 horas). E lá fui eu toda "a milanesa" de areia pegar o líquido preto para acordar. Entre a chamada de café (coffee) e a chamada para o café completo (breakfast), tínhamos a instrução de ir embalando tudo e nos arrumar. E comecei a me familiarizar com as logísticas: pega café, vai pro banheiro químico, vai pro arbusto para se trocar, embala sacolas, começa a carregar tudo para os botes.

O dia 2 foi frio e molhado. As corredeiras começaram a se mostrar divertidas e desafiadoras, mas a água fria do rio e o vento forte me faziam tremer (mesmo com jaqueta e calça a prova de vento e água). De alguma forma as ondas que batiam no bote e no meu corpo eram tão fortes que a água gélida penetrava por tudo. Eu tremia horrivelmente.

Todos os dias ficávamos no bote em média 6 horas por dia, tínhamos parada para almoço no meio disso (normalmente sanduíche ou um wrap), e 2 horas de trekking também (opcional, mas que fiz todos!).

O segundo dia foi especialmente difícil para mim. Com muito frio e extremamente molhada, tive dores nas costas fortes nem tanto pelo exercício, mas pela rigidez muscular causada pelo frio.

O momento da parada para a trilha ajudou a "esquentar". Fizemos o "North Canyon" (milha 20 do rio) no meio do dia.

E a pressa na chegada do acampamento do dia 2 foi grande. Tentei me agilizar o quanto foi possível para logo descer do bote com uma tralha mínima para "garantir" um lugar bom de camping marcando o local escolhido com as sacolas. Imediatamente também tomei a decisão que montaria minha barraca desta vez e foi uma decisão das mais sábias: logo que terminei de montar a barraca começou uma chuva que perdurou noite adentro. Acabei ficando ainda mais molhada pois fui ajudar os que não tinham montado as suas barracas, para que não tivessem tanta coisa molhada no fim.

Ainda antes do jantar fizemos mais uma trilha já que a chuva parecia que ia parar (mas não!), desta vez no "South Canyon" (milha 32), no mesmo lugar de nosso acampamento. Nesta trilha pudemos ver várias inscrições rupestres e ruínas deixadas pelos antigos índios que habitaram a região.

O jantar foi preparado em baixo de sombrinhas que me prontifiquei a segurar para ficar perto do fogo. Ali fiquei pelo menos 1 hora, mas ainda com frio. Ganhei a cortesia de uma pequena dose de whisky para me aquecer. E eu contei cada minutos para o jantar ficar pronto e me enfiar na barraca.

Neste fim de noite, com roupa molhada pendurada até dentro da barraca para ver se secavam, eu me perguntei: "o que estou fazendo aqui???" A dor nas costas era tanta que peguei até uma pedra para colocar por baixo do corpo e ver se conseguia me auto-massagear. Frio, dor, pés já estourados de tanto ficar na água fria e a solidão na barraca... E pensei: "ainda bem que ninguém quis vir comigo e que eu escolhi o pacote de 6 dias (o menor). Quanta tortura!"


Meu cantinho. Roupas deixadas penduradas do lado de fora na esperança que a chuva parasse e elas secassem.

Inscrições rupestres nas pedras do Grand Canyon.

"Escalaminhada" no South Canyon.



Frio e chuva no Grand Canyon e eu tentando sorrir... hehehe



5 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 1 de 6 (16/05/2017)


Aqui começo um relatório do dia a dia da expedição que mencionei na postagem anterior.


Dia 1:


6:00 horas: entrega da bagagem (mala) não necessária para a expedição. Devidamente identificada, esta mala eu só revi no fim da viagem, na saída da trilha Bright Angel, em hotel que nos foi informado. Entreguei também a mochila e bastões de trekking para a saída do canyon pela trilha no dia 6.

6:00 - 6:30 horas: café da manhã no hotel.

6:30 horas: embarque em ônibus e 3 horas na estrada até Lees Ferry (a milha 0 do rio).

10:30 horas: briefing de segurança e comandos. Entrega dos coletes salva-vidas. Carga dos botes.

Tentei logo começar a fazer amizade com o grupo para me entrosar. Como mulher, viajando sozinha e numa expedição não convencional, logo despertei a curiosidade da maioria, o que me ajudou bastante a me entrosar.

2 horas de remo. Parada para almoço e mais instruções.

A líder dos guias era Kristin (30 anos) que depois de uma reunião coletiva pediu uma reunião "privada" apenas com as mulheres. Assunto da reunião: xixi! Ela começou já escancarando: "no one wants to see you pee!" Então explicou que teríamos banheiro montado apenas nos acampamentos (tipo um banheiro "químico" transportável), mas que nosso xixi durante a descida do rio e nas paradas teria que ser feito no rio (regras do parque: não pode urinar em solo), portanto, sem muita privacidade - melhor dizendo: na frente de todos. Observamos com atenção toda uma demonstração de técnicas de como baixar as calças mantendo as "partes escondidas". E nossa guia não deixou de imediatamente demonstrar ao lado de todos. Choque e constrangimento deixados de lado, todas entendemos as regras do jogo e logo estávamos fazendo nosso xixi tranquilamente ao lado dos botes encorados nas praias do rio Colorado.

A adaptação ao ambiente ocorre rápido! Primeira lição de sobrevivência aprendida. :D

Pós-almoço: mais remada . E no fim da tarde, quando chegamos ao acampamento do primeiro dia aprendi minha segunda regra de sobrevivência: quem desce por último do bote tem o pior local de acampamento. Meu bote de qualquer forma foi o último a atracar neste dia, e percebi que teria que caminhar bastante para montar toda minha tralha numa área limpa de mato, pedra e levemente "protegida". Tive que fazer 3 "viagens" entre bote e camping, carregando as sacolas (branca e azul), mais a lona e saco de dormir enorme (oferecidos pela empresa), mais colchão e barraca. Exausta e com as mãos levemente feridas, fiz o que todos na minha vizinhança fizeram: não arrumei a barraca e resolvi dormir sem abrigo mesmo, mesmo com o vento infernal que soprava a areia fina (um trabalhão para tirar as lentes de contato!). Também não tive tempo de pensar em escorpião, lagartos, formiga e cobras. Eu tinha coisas mais importantes para resolver: minha higiene pessoal, troca de roupas entre arbustos de espinho, me manter aquecida (o canyon se mostrou bastante frio), fechar bem as sacolas para não entrar bichos, comer e tentar dormir.

Depois da deliciosa e surpreendente janta, nem esperei a sobremesa. Me arrastei entre as dunas e a vegetação aproveitando os últimos minutos de claridade do dia para achar meu cantinho montado. Eram 20 horas e eu estava exausta. Mas quem disse que eu consegui dormir?

Botes atracados no camping do primeiro dia.

Jantar: salmão, quimoa, salada verde com molho cranberry.


Banheiro - parte 1: na "entrada" você pega a "chave" (pote) que contêm o papel higiênico. Se outra pessoa chegar e não ver a chave, saberá que tem alguém usando... Os baldes são a pia: uma bomba no pé aciona a água limpa do balde branco para o vermelho.

Banheiro - parte 2: O balde amarelo é para o xixi (depois jogado no rio), e a caixa cinza com tampa branca é para o "número 2". A caixa da direita mantinha papel higiênico extra e utensílios de limpeza.



Meu local de dormir na noite 1. O meu colchão e sacolas são os da direita.



4 de junho de 2017

O Grand Canyon e seu primeiro explorador




Em maio de 1869, John Wesley Powell (aos 35 anos de idade), veterano da guerra civil americana que perdeu um dos braços em batalha, decidiu explorar pela primeira vez o rio Colorado por inteiro, mapeando-o detalhadamente. Reuniu outros 9 homens para que remassem e ele seguiria como capitão e controlando um dos barcos pelo leme. Quatro barcos e comida para 10 meses. Powell sabia que apenas barcos poderiam levá-lo para dentro do cânion, mas não tinha certeza se estes mesmo barcos poderia tirá-lo de lá...

No primeiro mês um dos tripulantes desistiu e no terceiro mês, outros 3 desistiram. Estes últimos nunca mais foram vistos. Acredita-se que tenham sido mortos por tribos locais na tentativa de chegar a algum lugar civilizado.

Powell terminou a expedição no final de agosto do mesmo ano. Pouco mais de 3 meses para navegar as 300 milhas do rio Colorado...

Quase 150 anos depois, eu, teria suas palavras lidas pela minha líder de rafting às margens do mesmo rio. Todo dia, tínhamos inspirações como estas:


"The old prospectors say the river cannot be run. Stories are told of travelers overwhelmed in the abyss of waters... of great falls... and of underground passages into which boats had passed, never to be seen again."

"I have a party of men anxious to enter the Great Unknown with me. The current of the Green seems eager to bear us down through its mysterious canyons. We are just as eager to start, so off we go."

"June 1st... Today we have an exciting ride. The river rolls down the canyon at a wonderful rate, almost railroad speed." 

"Here and there the water rushes into a narrow gorge, and the boats go leaping and bounding over the waves like things of life."

"Maybe we shall come to a fall in these canyons which we cannot pass, where the walls rise from the water's edge so that we cannot land, and where the water is so swift that we cannot return. How will it be in the future?"

"The canyon is a Book of Revelations in the rock leaved Bible of geology. All around me are interesting records, and I can read as I run."

"What a world of grandeur is spread before us. Cathedral shaped buttes towering thousands of feet... ledges from which the gods might quarry mountains... and canyon walls that shrink the river into insignificance."

"When he who has been chained by wounds to a hospital cot until his canvas tent seems like a dungeon cell... when at last he goes out into the open field, what a world he sees!"

"We have an unknown distance yet to run, an unknown river to explore. What falls there are, we know not; what rocks beset the channel, we know not. The great river shrinks into insignificance as it dashes against the walls and cliffs that rise to the world above. We are but pygmies, lost among the boulders."

"All night long I pace up and down along the river. Is it wise to continue? But to leave the exploration unfinished, having almost accomplished it, is more than I can acknowledge. I determine to go on."

"Though it has been a chapter of disaster and toil, the canyons tell a story that I hear yet, and shall continue to hear."



31 de maio de 2017

Rafting no Grand Canyon



Rememorando a fantástica expedição no Jalapão, exatos 10 anos atrás, realizei mais uma viagem itinerante, auto-sustentável e pouco convencional. Por 6 dias, desci o rio Colorado num bote, da milha 0 (Lees Ferry - Arizona) a milha 90 (trilha Bright Angel), saindo praticamente no centro do incrível Grand Canyon.

Esta foi mais uma destas viagens que eu descubro que existem por acaso e que a idéia fica martelando na cabeça. Por anos namorei a idéia e não encontrei quem pudesse ir comigo. E como arrependimento é gerado normalmente sobre o que não se faz, decidi ir sozinha mesmo.

De onde surgiu a idéia?


Primeiro pelo filme "Into the Wild" (Na natureza selvagem), na cena que o protagonista descobre que para remar no rio Colorado precisa aguardar 12 anos em lista de espera ou pagar 2 mil dólares.



Depois li no guia Lonely Planet que a aventura do filme poderia mesmo ser "comprada". No entanto, descobri logo na primeira tentativa de ir para o rio, que mesmo pagando, é necessário reservar sua vaga com pelo menos 6 meses de antecedência (ainda considere que no inverno o rio fica fechado para excursões).

A escolha: 6, 9 ou 14 dias?


A empresa escolhida foi a que iniciou as viagens comerciais fazendo todos os "turistas" remarem todo o percurso: AZRA. Eles tem pacotes de 6, 9 e 14 dias. Escolhi o pacote menor, pois achei que seria dureza fazer o rio sem ninguém conhecido e no fundo achei também que ficaria entediada fazendo a mesma coisa por tanto tempo.

A expedição de 6 dias começa na milha 0 (logo após a barragem Powell), e segue o rio por 89 milhas até a "saída": a trilha Bright Angel de 7,5 milhas de subida (onde então a posição no bote é trocada com quem pagou pela viagem de 9 dias). Ou seja, quem faz os 6 dias tem que subir a trilha com toda a bagagem, quem faz a de 9 dias apenas desce a trilha e quem faz os 14 dias não faz trilha de entrada nem de saída.

Preparativos:


Tive que pensar na melhor logística em termos de equipamentos. Pouca roupa para não pesar a mochila na trilha de saída, mas não deixando de ter o essencial. Usei praticamente tudo o que levei, especialmente, pasmem, os casacos de pena de ganço e corta vendo (calça e jaqueta). Levei também muita bateria para recarregar a GoPro.


Véspera da viagem:


Tivemos um briefing (reunião) com informações importantes de última hora num hotel "base" da empresa (cidade de Flagstaff). Logística de carga e descarga dos botes, sacolas estanque de acesso durante o dia e só no acampamento, previsão do tempo, horários de partida, etc.
Recebi 3 sacolas:

1 - sacola estanque branca (menor): para colocar itens para acesso constante no bote. Exemplo: protetor solar, câmera, tênis para trilha, casaco.

2 - sacola estanque azul (grande): para acesso apenas nos acampamentos. Exemplo: roupas extras secas, colchão inflável, etc.

3 - sacola de lona simples: para quem quisesse levar bebidas alcóolicas (que só foi claramente explicado a possibilidade no dia do briefing. No site falam vagamente de "líquidos extras", claramente devido ao tabu do país no consumo de bebidas alcóolicas. "Puritanismo americano"...

Eu não estava com interesse em beber álcool, então só preparei as 2 primeiras sacolas.

Fui dormir ansiosa pelo início da expedição!




Os Guias! A foto nos foi encaminhada na véspera da viagem!
Da esquerda para a direita: BJ-Paddle Captain, Kristin-Trip Leader/Paddle Captain, Wes-Support Raft, Matt-Support Raft, Steve-Paddle Captain/Food Master, David-Support Raft.



Nos próximos dias publicarei o dia a dia da expedição. Aguardem!




21 de setembro de 2016

Viajando de carro pelo sul dos EUA - Tour dos 4 "G"s: God, Guns, Grits & Gravy


Viajar pelos estados do sul dos Estados Unidos pode ser uma experiência muito além de conhecer os americanos conservadores e religiosos: pode também ser uma inesperada experiência na hospitalidade, na gastronomia e na música estadunidense.

Fiz um roteiro muito bacana que compartilho abaixo. Em cada cidade uma surpresa musical e gastronômica. Também foi forte o entendimento da guerra civil americana e da luta dos negros contra o permanente racismo que sofrem no país dito das "liberdades e igualdades".

O sotaque pode ser um desafio, mas os sulistas não tem pressa para terminar uma conversa e para saberem de onde você é, muito diferente dos estressados nova-iorquinos que esperam a sua eficiência máxima, não importando se você está de férias.

Roteiro com as cidades principais (4670 km de estrada):

1 - Washington DC
O que fazer: Guia rápido de Washington - clique aqui!
Onde comer: Comendo bem e barato!
Meu favorito (não muito barato): Blue Duck tavern

2 - Asheville, NC
O que fazer: visitar Biltmor Estate - a maior mansão privada dos EUA construída em 1895. Muita semelhança com o seriado Downton Abbey!
Restaurante: The Admiral e Tupelo Honey Cafe.

3 - Nashville, TN - a "capital" do sertanejo americano (country music)
O que fazer: museu da música country, curtir música local no pub StationInn, muito turismo e compras com temática de música.
Fuja da rota: faça uma visita a destilaria da Jack Daniel's ao sul de Nashville (1 hora e meia de carro).

4 - Memphis, TN - a "capital" do Rock n Roll
O que fazer: visitar o museu "National Civil Rights" - onde Martin Luther King foi assassinado, visita a gravadora Sun Studio, visita a casa do Elvis Presley - Graceland, Stax Museum of American Soul Music, passear na Beale Street no fim do dia e pular de pub em pub (recomendo o B.B. King's Blues Club).
Lanchonete: Arcade (local super retrô que Elvis gostava de frequentar. No menu, há inclusive o favorito dele: sanduiche de pasta de amendoim com banana.)


5 - New Orleans, LA - a "capital" do JAZZ
O que fazer: aproveitar as muitas casas de jazz, degustar a culinária cajun (muito GRITS e GRAVY), relaxar no tour de bicicleta, apreciar a arquitetura francesa, passeio no French Quarter, Louis Armstrong Park, e na famosa e "pecaminosa" Bourbon Street.
Restaurante delicioso: Boucherie
Bar de Jazz (faça reservas!): Three Muses (não deixe de pedir as tâmaras recheadas de blue cheese e envoltas em bacon!

6 - Savannah, GA
O que fazer: visita a plantation Wormsloe, tour de bicicleta para entender a arquitetura da cidade.
Restaurante imperdível: Mrs. Wilkes Dining Room (só abre para almoço de segunda a sexta)
Outra opção mais moderna: 11 Ten Local

7 - Charleston, SC
O que fazer: passear na cidade, comer e compras. A cidade é como uma "Georgetown" maior (bairro de Washington DC). Não achei nada espetacular, mas é bonitinho de visitar no caminho.
Restaurante: Magnolias

8 - Outer Banks, NC
O que fazer: passeio por esta longa sequencia de ilhas estreitas com muitas praias.


Plantation Wormsloe em Savannah.


Casa de Elvis Presley - a preguice por dentro é imperdível!


Sun Studio




Cidades que podem ser adicionadas ao mesmo percurso (sem desvio de rota):

  1. Jackson - MS - capital do Mississipi
  2. Montgomery, AL - capital do Alabama
  3. Columbus, GA - capital da Georgia
  4. Richmond, VI - capital da Virginia






14 de setembro de 2016

Política dos EUA x Política no Brasil


Os EUA são um país curioso no âmbito da política e qualquer semelhança é mera coincidência.
Listo abaixo algumas pérolas do sistema americano.

- Leis bizarras: existem leis tão absurdas que tem website especializado no assunto.
Das leis mais estranhas, listo estas duas: 

  1. "Donkeys may not be kept in bathtubs." (Burros não podem ser mantidos em banheiras.) - lei do estado da Georgia.
  2. "It is a misdemeanor to shoot at any kind of game from a moving vehicle, unless the target is a whale." (É uma contravenção atirar em qualquer tipo de jogo a partir de um veículo em movimento, a menos que o alvo é uma baleia.) - lei do estado do Tennessee. - oi??? E o detalhe é que eles nem tem litoral!!!

Para conhecer mais e passar um tempo rindo, consulte o site: http://www.dumblaws.com/

- Corrupção: sim, o país também sofre deste mau. Um dos grandes escândalos foi o projeto de uma ponte no Alaska ligando nada a lugar nenhum. A ponte ficou conhecida como "Bridge to Nowhere".

- Eleições imprevisíveis: as eleições nos EUA são sempre muito imprevisíveis pois o voto não é obrigatório. Quando o eleitor não está muito empolgado com os candidatos, ele tende a não ir votar. O resultado é que os mais radicais estão sempre nas urnas, fazendo os candidatos moderados terem que gastar muito em campanhas para motivar os equilibrados.

- Eleições são sempre nas terças-feiras: resultado de uma lei de 1845!! As pessoas precisavam de pelo menos 1 dia inteiro para chegar a cavalo nas cidades para poderem votar, e o deslocamento e o dia do voto não poderia atrapalhar a missa de domingo e o dia de fazer feira/ compras (que normalmente acontecia às quartas). Até hoje isso não foi revisto e a terça-feira das eleições não é feriado. Ou seja, quem trabalha, tem muita dificuldade para sair de seu emprego e votar. Por isso eles tem alta taxa de aposentados e donas de casa votantes (normalmente conservadores que votam para republicanos).

- Dois animais representam os maiores partidos: um burrico e um elefante. Estes são os bichos que simbolizam o partido Democrata e Republicano respectivamente. Também por razões antigas, nas eleições de 1828, o candidato republicano ofendeu o adversário comparando ele com um burro, mas este tomou a ofensa como uma brincadeira positiva, destacando o lado positivo do animal: persistente, leal e que carrega muito peso. Mais tarde, em 1864, um elefante foi usado na campanha do republicano Lincoln. Tempo se passou e vários cartunistas usaram estes 2 animais em suas charges  políticas até virar símbolo oficial dos partidos.




- O animal símbolo do país é uma águia, mas queriam que fosse um peru! Controvérsia que se deu no final do século XVIII, logo após a independência dos EUA.


Para se divertir ainda mais:

Congressista Hank Johnson é uma figura no congresso americano! Vejam as pérolas dele e especial atenção para a parte depois do minuto 4 quando ele questiona um militar que a base que está sendo instalada na ilha Guam pode ser demasiada grande criando riso de virar (isso mesmo! A ilha virar como se fosse um barco).




E é claro que eu não poderia deixar de compartilhar uma coletânea da temática preferida do candidato republicano Donald Trump:



28 de abril de 2015

Gastronomia Norte-Americana: indo além dos hambúrgueres (sem esquecer deles)



Não há como evitar associar a comida Norte-Americana com os gordurosos bifes de carne moída, mais conhecidos como hambúrguer ou cheeseburgers (ou ainda "x-burguer", abrasileirando a palavra).
Sim, eles existem e fazem parte do cotidiano deste povo, mas não perca o seu tempo nas franquias tipo McDonalds e Burger King que você conhece (que particularmente são sujas e deprimentes nos EUA).

Há três franquias bacanas que eu já experimentei e que recomendo (em ordem da minha preferência):
  1. Shake-Shack - https://www.shakeshack.com/
  2. Five Guys - http://www.fiveguys.com/
  3. BGR - http://www.bgrtheburgerjoint.com/

Todos fazem parte da lista das 10 melhores franquias de hambúrguer dos EUA segundo um famoso site do país: http://www.thedailymeal.com/america-s-top-10-chain-burgers-slideshow


Presidente Obama fazendo um pedido de hambúrgueres no Five Guys.


Southern Food, Creole or Cajun Food - comida típica do sul dos EUA

A grande pedida original nos EUA é a comida do sul. Original e apimentada, a comida do sul pode ser encontrada em todas as regiões do país em restaurantes típicos sulistas. As palavras "creole" e "cajun" são associações aos temperos e origens. Não estranhe. Elas estão apenas identificando regionalmente o seu prato.

Dentre os maravilhosos pratos típicos cito:

Fried Green Tomatoes (tomates verdes fritos) - não é apenas o nome de um filme de 1991, mas uma entrada (aperitivo) bacana, onde os tomates verdes são fritos a milanesa e servidos com delicioso molho.

Shrimp and Grits (Camarões e purê de milho) - americanos não aceitam comparar o grits com polenta, mas é mais ou menos isso, para compreender melhor. O "purê de polenta" é servido com camarões e molho picante. Meu preferido!

Jambalaya - é uma espécie de paella americana. Mistura o arroz com uma série de frutos do mar com salsicha ou toucinho.

Gumbo - é um cozido servido com arroz. Um monte de misturas, pode ser feito com diferentes tipos de carne e sempre tem quiabo para engrossar o sopão.

Poboy ou Po-Boys - nada mais é que um sanduíche. O nome é originário da combinação das palavras "poor boys". No ano de 1929 operadores de bondes elétricos no estado da Louisiana fizeram uma greve e ficaram sem receber seus salários. Para alimentar estes operários, a comunidade entregava pequenas baguetes para os "pobres rapazes" que estavam famintos. O nome pegou.


Restaurantes de comida do sul em Washington DC:

Meus preferidos:

Bayouhttp://bayouonpenn.com/www/
Eatonvillehttp://www.eatonvillerestaurant.com/
Famous Daveshttp://www.famousdaves.com/home - fora de DC! Para churrasco americano!


Curiosos vocabulários para você aproveitar melhor os restaurantes nos EUA:

Entrées - todo turista confunde, inclusive europeus! No menu, quando você encontrar esta palavra, ela quer dizer "pratos principais" e não tem nada a ver com as "entradas" (em inglês "appetizers"). Este significado só existe nos EUA e Canadá. (Para saber mais clique aqui.)

Biscuits - não é biscoito para os americanos! Os "biscuits" são deliciosos pãezinhos fofinhos, normalmente servidos quentinhos no café da manhã com muito "gravy". A palavra neste conceito só é usada nos EUA e no Canadá. (Para saber mais clique aqui.)

Gravy - é um molho grosso, normalmente com sabor de carne ou frango.

Philly Cheesesteak (ou somente Cheesesteak) - famoso sanduíche da Filadélfia com carne fatiada e queijo.

Hoagie - também um tipo de sanduíche da Filadélfia. Não percebo muita diferença quando comparado ao anterior.

Sub (submarine) - sanduíche comprido "no formato de submarino" segundo os americanos. Mesmo formato que os 2 itens anteriores, no entanto, mas com nomes diferentes só para complicar.

BLT SandwicheBacon + Lettuce + Tomato: simples assim!

Club Sandwiche - é um sanduíche de pão de fatia.

Sliders - são mini hambúrgueres servido em "buns".

Bun - são os pães de formato de hambúrgueres, e que podem ser levemente adocicados.

Bagel - pão no formato de rosquinha.

Flatbread - nada mais é que uma pizza metida a besta. Quando aparece no menu, é com coberturas mais ousadas, tipo queijo brie com geléia de figo. Pizzas normalmente são mais "tradicionais", no esquema marguerita, peperoni, etc.

Brunch (Breakfast + Lunch) - São os almoços dos dorminhocos de final de semana. Um mistura de café da manhã com almoço. É super popular nos EUA nos finais de semana e é a desculpa para os restaurantes cobrarem 20 dólares por um omelete.

Mimosa - bebida comumente servida nos brunch. Trata-se apenas da mistura de espumante com suco de laranja.

Deli (Delicatessen) - nos EUA são fast-foods mais saudáveis, muitas vezes oferecendo saladas e sopas no menu.

Coleslaw - salada a base de repolho ralado. Muitas vezes é misturado com cenoura e maionese.

BBQ - sigla para se referir a "barbecue", o churrasco sulista.


Tomates verdes fritos (milanesa), com grits e gravy!

Barbecue americano no Famous Daves.

Coleslaw: a tal salada de repolho.

Bom apetite!


13 de abril de 2015

Guia rápido de Washington DC



Aqui vai um guia rápido do que eu acredito ser o melhor de Washington e arredores.


HOP-ON HOP-OFF

Há, pelo menos, 3 empresas diferentes de ônibus turístico que fornecem o serviço de "Hop on, Hop off" (os ônibus que você pode entrar e sair quantas vezes forem necessárias durante 24 ou 48 horas). Observe que normalmente há descontos quando comprados via internet e crianças pagam menos.

Big Bus Tours - 4 circuitos diferentes. Somente 1 circuito possui audios em diversas línguas.
Horário: 8:30 AM às 6 PM.
Custo: $ 43 (24 horas) e $ 54 (48 horas + Crime Museum e passeio de barco). Ambos incluem ticket para o museu de cera Madame Tussauds.

City Sights DC - 3 circuitos diferentes. Audio em várias línguas, inclusive português.
Horário: 9 AM às 5 PM.
Custo: $ 48 (24 horas) e $65 (48 horas + 5 ingressos a escolher da lista: Madame Tussauds, International Spy Museum, Crime Museum, Newseum, Bike and Roll Day Bike Rental, Potbelly Sandwich Shop - Lunch or Dinner, National Geographic Museum.)
Inclui Wi-Fi e tour noturno. 

City Sightseeing - 4 circuitos diferentes. Audio em várias línguas, inclusive português.
Horário: 9 AM às 6 PM. Frequência de 20 a 30 minutos.
Custo: $ 48 (24 horas + ingresso Madame Tussaut) e $ 59 (48 horas Madame Tussauds, Crime & Punishment Museum e passeio de barco). 


MUST-SEE (lugares que você precisa visitar!)

National Mall - é o grande parque da cidade, onde está a Casa Branca (um pouco deslocada da parte principal), o Congresso, os grandes monumentos e os principais museus. Do Monumento ao Lincoln (extremo oeste) até o Congresso (extremo leste), o Mall tem quase 4 quilômetros de comprimento.
Principais monumentos: 

Georgetown - é o bairro mais antigo e estiloso de Washington DC.
Passeie pela M Street (entre a 29 e a 35 Street) para aproveitar lojas e restaurantes. A Wisconsin Avenue (que cruza a M Street em direção norte), tem também lojas famosas como a Apple, Zara, Gap, Loft e outras pequenas Boutiques.

Georgetown Waterfront - a marina do bairro Georgetown. Linda vista e restaurantes com bons frutos do mar (o meu favorito é o Fiola). Há também locais para alugar caiaques e pranchas para stand up (http://www.boatingindc.com/). Passeios de barco também saem deste local.

Entre a M Street (Georgetown e o Waterfront) você verá o C&O Canal, construído no início de 1800 e operado por mais de 100 anos como principal meio de transporte para mercadorias (os barcos eram impulsionados por mulas, trazendo produtos do interior para a capital/ litoral). Hoje o canal é parque nacional e oferece mais de 300 quilômetros de trilhas ideais para bicicletas. Observe as comportas para elevar o nível dos barcos e levá-los "rio acima": o modelo é um pequeno exemplo de como foi pensado o Canal do Panamá.


MUSEUS

Bem vindo a cidade com a maior concentração de museus gratuitos dos EUA e talvez do mundo! OS melhores na minha opinião são:

National Air and Space Museum - GRÁTIS: museu aeroespacial, com muitos foguetes, aviões, e simuladores de vôo (estes são pagos). Interessante para qualquer idade!

National Gallery of Art - GRÁTIS: museu de arte absolutamente lindo! Visitas guiadas também são grátis (quase todas em inglês, mas também há em espanhol, japonês, etc)! Veja programação em: Guided Tours. Ao lado do museu há uma praça linda com esculturas, onde entre o fim do mês de maio e começo de setembro há shows gratuitos às sextas-feiras no fim da tarde (veja a programação em: http://www.pavilioncafe.com/jazz.html). No inverno, o lago central vira pista de patinação.

Hirshhorn Museum - GRÁTIS: Museus de arte moderna. As esculturas são intrigantes.

International Spy Museum - Pago. Museu para amantes dos filmes de James Bond, e de curiosos sobre organizações como CIA, KGB, etc. A gift shop é cheia de acessórios para iniciar sua carreira de espionagem. É um dos poucos museus em DC pagos.

Newseum - Pago. Muito interessante, é um dos museus mais interativos de DC, com 15 teatros e 15 galerias. Mostra a evolução do jornalismo e seus grandes marcos/ notícias. Para quem gosta de jornal, revista, fotografia, televisão, e mídias sociais.


Para uma longa lista de outras opções, acesse: http://washington.org/topics/museums



PARA CRIANÇAS (e adultos também)

Além dos já citados museu aeroespacial e o museu da espionagem, seguem outras idéias:

National Zoo - GRÁTIS: é o zoológico da cidade.

National Museum of Natural History - GRÁTIS: Origem das espécies, animais, dinossauros, etc.

National Geographic Museum - pago. Sempre tem exposições interessantes para adultos e crianças.

National Carousel - um pequeno carrossel no National Mall. Nada incrível, mas crianças pequenas parecem gostar. Custo: $ 3,50

East Potomac Park - este parque fica na mesma "ilha" onde fica o Thomas Jefferson Memorial. O local tem um mini campo de golfe, muita área para fazer piquenique, é seguro para andar de bicicleta. Na ponta oposta ao memorial de Jefferson há um playground.

Barco do Pirata - um passeio pelo Potomac River num barco de pirata. É importante fazer a reserva antecipada.

Roda gigante e carrossel do National Harbor.

Para mais dicas de atividades para crianças, acesse estes sites: Kid Friendly DC, Our kids, Washington Parent.


TURISMO POLÍTICO

US Capitol - O congresso americano. Visitas são gratuitas, mas precisam ser agendadas no site.

Supreme Court - A suprema corte. Há um vídeo explicando o sistema jurídico americano e um pequeno museu. Visitas somente em dias de semana e grátis.

Library of Congress - Biblioteca do Congresso. Informe-se sobre os horários dos tours guiados. São gratuitos.

White House Visitor Center - visitar a casa branca é quase impossível para quem não tem "conexões" por aqui. É preciso escrever para um congressista para ele incluí-lo na lista de visitas, que pode acontecer algum dia, de algum ano... Então se você quiser mesmo ter uma idéia de como é a casa por dentro, vá ao centro de visitantes. Há um filme de 14 minutos, fotos e souvenirs para comprar (óbvio!). Caso você vá a Casa Branca verdadeira para bater fotos, não deixe de ver os 2 lados da casa: nos fundos (na Pennsylvania Avenue) fica a área onde são autorizados os protestos políticos. Há sempre alguém com cartazes, cornetas, e até fazendo greve de fome por alguma causa.


MÚSICA

Kennedy Center - Teatro, dança, shows. Oferecem também shows gratuitos todos os dias às 18 horas. Veja a programação dos shows gratuitos aqui. Não deixe de ir ao terraço para ver a linda vista e talvez para tomar um drink por lá.

Bohemian Caverns - Um pub no subsolo que aparenta mesmo que você está em uma caverna. Jante aqui e aproveite os shows de Jazz. Veja a programação no site. Ingressos variam de 10 a 40 dólares.

Blues Alley - Ótimo local para jantar e assistir a um show de Blues.


BALADA/ RESTAURANTES/ BARES

A maior concentração de bares e restaurantes em DC ficam nas ruas: 14 Street NW e U Street.


Day trips (passeios nos arredores de DC):

Alexandria*http://www.visitalexandriava.com/
Uma pequena cidade nos arredores de Washington DC. Há acesso pelo metrô (linha Azul, estação King Street). Visite o prédio maçônico George Washington para uma linda vista do alto da torre. Caminhe pela King Street até a marina (2 quilômetros com ótimas lojas e restaurantes) ou pegue o bondinho que é gratuito (veja mapa aqui). Na marina recomendo visitar a Torpedo Factory Art Center, um enorme prédio com lojas e galerias de arte. E com um tempo extra, há ainda passeios de barco (vá até o outro lado do rio, para passear e comer no National Harbor).

Mount Vernon* http://www.mountvernon.org/
A 35 minutos de carro, aqui fica a Disneylandia de George Washington! Esta era a fazenda do primeiro presidente dos Estados Unidos. Como bons profissionais na área de entretenimento, os norte-americanos recriaram o local, incluíndo museu, sala de projeção, gift shop, praça de alimentação e figurinistas vestidos com roupas de época (até ferreiros trabalhando você verá). A casa é linda e a vista para o rio Potomac vale a pena.

*OBS: Alexandria e Mont Vernon podem ser feitos no mesmo dia, num ritmo de turismo mais rápido. As duas atrações ficam a apenas 12 km de distância uma da outra.

Luray Caverns http://luraycaverns.com/
A 2 horas de carro de Washington, aqui estão as maiores e mais populares cavernas do leste dos EUA. Com mais tempo, visite também as cavernas Skyline, bem como o parque Shenandoah para trilhas ou simplesmente para dirigir na cênica Skyline Drive, uma linda estrada em meio ao parque (especialmente bonito no outono).

Baltimorehttp://baltimore.org/
Além da linda marina, a grande atração da idade é o National Aquarium, um enorme prédio com 7 andares de pura atração marinha. As crianças vão a loucura neste mundo do Bob Esponja. Passando por aqui, não deixe de experimentar os famosos crab cakes e outras iguarias de caranguejo. Um dos restaurantes mais famosos da cidade é o Obryckis, mas para algo mais pitoresco e local, vá ao L.P. Steamers, onde você recebe um "balde" de caranguejos e martelos para fazer a refeição.
Baltimore fica a uma hora de carro de Washington DC. Há também a opção de ir de trem, que sai da Union Station.

Annapolis http://www.visitannapolis.org/
A cidade é cheia de prédio históricos, mas é fortemente conhecida por ser o grande "centro" de vela (veleiros) da região.

Harpers Ferryhttp://www.nps.gov/hafe/planyourvisit/index.htm
A pequena cidade às margens do rio Potomac fica em meio a uma reserva. O local é famoso para trilhas, ciclismo e atividades aquáticas, como bóia cross, rafting e caiaque. Para atividades como estas, uma empresa conhecida é a River Riders.

Leesburg Outlets - http://www.premiumoutlets.com/leesburg/
Para os amantes das compras, este outlet fica a 1 hora de carro de DC. Veja a lista de lojas no site.

Tanger Outlets http://www.tangeroutlet.com/nationalharbor
Mais próximo de DC, mas um pouco menor que o anterior.

Potomac Mills Outletshttp://www.simon.com/mall/potomac-mills
A 40 minutos de DC.

Six Flagshttps://www.sixflags.com/america
Uma das franquias de parques de montanhas russas mais famosos dos EUA. Apesar de ser um parque normalmente associado a adultos, há uma área especial para crianças pequenas. Anexo à área de montanhas russas, há também um grande parque aquático. Fica a 50 minutos de carro de DC.

Hershey Parkhttp://www.hersheypark.com
Este é o parque dos chocolates Hershey. Um pouco mais distante de DC, fica a 2 horas e meio de DC.


O congresso americano.



Alexandria do alto da torre maçônica George Washington.

O canal Chesapeake & Ohio conecta Washington DC e a cidade de Cumberland (Maryland)
por 300 quilômetros de lindas trilhas.

Vista do Waterfront - Georgetown para a Virgínia.


Ficou com fome depois de tanto turismo?
Você certamente vai gostar deste texto: Comendo bem e barato em DC!



Agradecimentos a Ana Helena Cummings por suas contribuições!


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