20 de outubro de 2012

Vou-me embora pra Pasárgada



Pasárgada tornou-se famosa no Brasil através de um dos poemas de Manuel Bandeira.
O que poucos sabem, é que refere-se a uma antiquíssima cidade da Pérsia, esta, que hoje, tem poucas pedras para contar história. O povo que ali viveu era reinado por Ciro II, que após sua morte, deixou o reino para Dario, o Grande. Este, por sua vez, construiu um novo reino: Persépolis. Deste reino ainda há muito a se ver e quem visita Pasárgada obrigatoriamente vai a Persépolis para apreciar o grande sítio arqueológico que ainda resiste ao tempo (veja mais na postagem: Persépolis - a jóia da Pérsia).
Ambas cidades são patrimônio da UNESCO e ficam há apenas 1 hora de distância entre si. Em um único dia é possível visitá-las a partir da cidade de Shiraz, ao sul do Irã.


Túmulo de Ciro em feriado de ano novo Persa: movimento atípico para o resto do ano.

Ruínas de Paságada.

Ruínas de Pasárgada.

Ruínas de Pasárgada.



Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Para entender o poema com análise literária, recomendo o texto deste blog: http://nelsonsouzza.blogspot.com/2010/12/vou-me-embora-pra-pasargada-manuel.html

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